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O papel do líder no novo cenário dos negócios

A pandemia parece ter desencadeado uma série de mudanças no mundo das empresas, das organizações de governo e dos negócios. A viabilização da ideia do trabalho remoto – em casa, coworking ou em qualquer lugar do mundo, é somente uma das mais óbvias e evidentes; muitas outras podem ser listadas: a consideração da modalidade de compra remota, por telefone, site, aplicativo, tornou-se obrigatória em grande parte dos negócios; o serviço de delivery e take home também; a intensificação do uso da tecnologia IA, IoT, drones, impressão 3D, BOTs. Isso tudo impactando e influenciando a própria estratégia do negócio.


Então cabe a pergunta: tantas mudanças e o papel do líder permanece o mesmo? Sim, o mesmo: “liderar sua equipe e levá-la a obter um resultado ao qual não chegaria não fosse a ação da liderança”. Mas o contexto se modificou, isso afeta o como fazer.

Entendemos que nesse novo cenário o líder deve se dedicar a três aspectos fundamentais:

  1. Fazer com que sua equipe compreenda, se engaje e execute a estratégia do negócio;

  2. Cuidar para que sua equipe seja emuladora da cultura organizacional, valores, propósito e visão;

  3. Cultivar um ambiente saudável.

Vamos dar um pouco mais de conteúdo para cada aspecto:



1. Estratégia, Engajamento e Execução


Quase todos os clientes com os quais tenho conversado falam em mudanças de estratégia e todos na mudança das táticas. Ou o negócio parou, ou se intensificou, ou mudou em termos de formas, produtos e serviços. Isso aconteceu ao mesmo tempo em que as equipes eram mandadas para casa em função da pandemia.


As equipes se afastaram, as pessoas tiveram que aprender ou reaprender, ainda com um sentimento de estou só, me sinto só. O medo das consequências do afastamento social presente.


Nessa circunstância o líder precisa ser muito apoiador, mas deve evidenciar que a execução da estratégia é o “porto seguro” para todos.


A referência dos sete elementos da execução de Ram Charan pode ser de muita valia: Conheça a empresa e seu pessoal: comunique, avalie, dê feedback, ouça; Mantenha o realismo: visão do mundo e da empresa; Estabeleça metas e prioridades: comunique; Conclua o que foi planejado: quem fará, como será medido, acompanhe e avalie; Recompense quem faz; Amplie as competências da equipe; Conheça a si mesmo: forças e limitações.



2. Cultura, valores, propósito e visão


Conversei com uma cliente que me contou que ela tinha na equipe 2 novas pessoas que haviam sido admitidas durante a pandemia e estavam trabalhando em regime de home office havia três meses e ainda não conheciam a empresa fisicamente e tampouco seus colegas de equipe pessoalmente.


Creio que todos concordamos que a cultura da empresa se expressa por meio do ambiente organizacional, nas políticas, nas regras, nos comportamentos dos líderes e das pessoas que trabalham na empresa.


Nas novas circunstâncias, com tantas mudanças, com o trabalho de “qualquer lugar”, o líder precisa ter consciência de que passa a ser a grande referência do que é a cultura da organização. Seu comportamento, o que faz e até o que não faz, passa a ser espelho da cultura para as pessoas de sua equipe, eventualmente para clientes e fornecedores, além de colegas.


Por isso o líder precisa reconhecer essa condição e buscar uma atuação muito coerente com os valores e os demais elementos da cultura, ao tomar decisões e ações.



3. Ambiente Saudável


A questão do ambiente organizacional é objeto de estudos há muito tempo. A expressão ambiente saudável é usada por Patrick Lencioni quando no seu livro “A Maior de Todas as Vantagens” afirma que para uma organização ser bem sucedida precisa ter competências - dominar as ciências que permitem a tomada de decisão no negócio e um ambiente saudável – aquele onde as pessoas sentem que podem se mostrar vulneráveis. Por exemplo, admitir que não sabe alguma coisa que deveria saber.


Como construir esse ambiente saudável? Estimular a cooperação, não a competição; promover o respeito mútuo – todos podem dar suas opiniões; admitir pouca política - as pessoas valem pelo que fazem e não por serem mais próximas; cultivar a confiança – as pessoas podem confiar que farei o que prometi, sei que se eu precisar vou ter ajuda e que ninguém critica o ausente.


Nesse contexto de alta volatilidade um ambiente saudável se torna mais necessário e o líder deve ser exemplo do que deseja ver e guardião dessas práticas.


Como mencionado no início, basta seguir liderando, mas o "como" ficou mais complexo e exigente.


E você como tem sentido os novos desafios? Entre em contato, queremos ouvir o que pensa a respeito.


Escrito por Ely Bisso – Sócio e Diretor da DorseyRocha Consultoria. Engenheiro eletricista pela Faculdade de Engenharia Elétrica da UNICAMP, bacharel em Ciências Administrativas pela PUC-Campinas, com pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho pela UNICAMP e MBA em RH pela FGV.



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