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O líder vulnerável


Segundo Brené Brown, cientista social da Universidade de Houston USA, vulnerabilidade não é fraqueza, mas sim coragem. Brené deixa claro que pessoas que têm coragem, na verdade, são aquelas que não têm medo de se mostrarem vulneráveis.


Quero  aqui  me referir aos profissionais que atuam em posições de liderança: é possível que você como  líder deva achar que ser ou ficar vulnerável passa a ser uma situação associada à fragilidade, à fraqueza, algo que deveria ser fortemente evitado perante a sua equipe. Talvez pense que evitar ser vulnerável é evitar as emoções como o medo, a vergonha e a incerteza.


No entanto, existem pesquisas que mostram outro lado dessa característica e do poder e impacto que criamos em nossas vidas quando permitimos a expressão vulnerabilidade. Em uma destas pesquisas, Brené Brown conseguiu identificar que pessoas capazes de estabelecer conexões fortes e verdadeiras, possuíam duas características: a vulnerabilidade e a coragem, sendo as duas intimamente associadas.


Vulnerabilidade significa estar disposto a se expor, a se expressar de uma forma autêntica e franca, correr riscos, compartilhar emoções, sejam elas boas ou ruins. Mostrar-se vulnerável é permitir-se não manter distância dos liderados ou querer passar uma imagem de perfeição.


Uma frase que se destaca como um dos melhores conselhos de liderança, em minha opinião, é a que foi dita pelo General Douglas MacArthur, em 1962, durante  seu discurso de despedida do exército americano ao seus soldados: “sejam fortes o suficiente para saber quando você é fraco e corajoso o suficiente para se enfrentar quando estiver com medo”.


O Fórum Econômico Mundial (WEF), organização que reúne os principais líderes empresarias do mundo acredita que a vulnerabilidade é essencial. Segundo o WEF até líderes altamente conceituados, como Warren Buffett – presidente do conselho e diretor executivo da Berkshire Hathaway, Tim Cook – executivo chefe da Apple e Jamie Dimon – CEO do JPMorgan Chase, não têm vergonha de suas vulnerabilidades.


Liderar exige admitir erros e reconhecer fraquezas, para si mesmo e para os outros. É preciso deixar que os outros vejam suas imperfeições.


Talvez para a grande maioria dos líderes não deva ser fácil estar em uma posição de liderança e exibir suas fraquezas; pode sentir medo de se expor às críticas ou insubordinação.


O medo de se expor pode matar a criatividade e a inovação. Não dando chances à vulnerabilidade talvez você esteja correndo risco do que foi dito por Peter Sheahan, escritor, conferencista e presidente da ChangeLabs: “O assassino secreto da inovação é a vergonha. Não conseguimos medi-la, mas ela está lá. Sempre que alguém não compartilha uma nova ideia, que deixa de passar para seus gerentes algum feedback muito necessário ou que tem medo de se expor diante de um cliente, pode ter certeza de que a vergonha está por trás disso. Aquele medo profundo que todos temos de errar e de ser depreciados e de nos sentir menos do que o outro é o que nos impede de assumir os riscos indispensáveis para fazer nossas empresas avançarem”.


Convido os líderes a abraçarem a vulnerabilidade e posteriormente trabalharem isto com suas equipes.


“A vulnerabilidade soa como verdade e sente-se como coragem. Verdade e coragem não são sempre confortáveis, mas elas nunca são fraqueza.”  Brené Brown


Escrito por Márcio Pegoraro – Consultor da DorseyRocha Consultoria. Formado em Marketing com MBA em Gestão da Tecnologia da Informação pela Hogeschool Ultrecht e pelo IBMEC. Atua no desenvolvimento de pessoas e organizações.

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