Nas últimas semanas tenho visto com frequência e, acredito que você leitor também, muitos memes e piadas com relação à rainha Elizabeth da Inglaterra. As piadas remetem a situações da rainha com dinossauros, vampiros e interlocutores hilários sempre salientando a sua longevidade. Até entendo, depois de mais de seis décadas de reinado. Particularmente, tenho grande simpatia pela rainha, pelo seu charme, bom gosto, pelas atitudes e, por que não, sua capacidade de se alinhar às mudanças constantes que há décadas enfrenta com elegância – digo, não só aquela das suas roupas coloridas que adoro, mas aquela mais sutil que toda mulher sábia tem.
Há tanta falácia sobre o feminismo e o empoderamento das mulheres e, a rainha da Inglaterra está desde o século passado influenciando, decidindo, negociando e aprendendo. Haja estratégia e resiliência! Nesse pano de fundo, outras tantas mulheres vêm conquistando seu espaço no cenário mundial como Angela Merkel na Alemanha, Nicola Sturgeon na Escócia, Saara Kuugongelwa na Namibia, Kersti Kaljulaid na Estonia, Tsai Ing-Wen em Taiwan, entre outras que estão liderando países como Singapura, Nova Zelândia, Etiópia, Finlândia, Grécia, Lituânia e, para não esquecer, de Kamala Harris que acabou de assumir a vice presidência da maior potência do mundo. Temos outras mulheres em lideranças de empresas, organizações, instituições realizando obras impactantes. Aqui no Brasil temos muitas representantes mostrando a que vieram, fazendo acontecer, buscando um mundo melhor para todos.
Acreditando que nas grandes crises podemos encontrar as melhores oportunidades, talvez todas as lutas, os preconceitos e os limites impostos às mulheres tenham servido, para algumas delas, como degraus para se fortalecerem e encontrarem novos caminhos, alternativas e oportunidades.
Outra grande mulher, monja Cohen, nos aconselha: “Antes de falar/fazer, passe três vezes a língua dentro da boca e pense:
O que vou dizer ou fazer é bom?
Vai beneficiar outras pessoas?
Vai beneficiar outros seres?
Se for bom, fale ou faça. Se não for, melhor ficar quieto.” Confesso que me esforço bastante para seguir este conselho, mas como é difícil ter essa nobreza de sentimentos de ser e de se posicionar!
Após três décadas de trabalho em grandes corporações, posso dizer que encontrei em todas elas pessoas nobres e inspiradoras pela sua capacidade de articular com o ambiente, as adversidades e contrariedades com a leveza e eficácia que uma verdadeira majestade tem. Não se trata de transformar um limão numa limonada, mais que isso, de conseguir ressignificar para criar possibilidades para cada situação, sempre com equilíbrio, consciência e inclusão das pessoas.
Um enxadrista comentou que a tradução para a jogada “Queens’ Gambit” (O Gambito da Rainha - do inglês para o português), talvez tenha sido mal traduzida pois, o significado de “gambit” é estratégia e não perna fina (gambito). Trata-se de uma abertura da partida de xadrez onde o objetivo é derrotar o adversário pelo sacrifício de uma peça, e obter vantagem na próxima jogada. Além disso, na sua etimologia essa palavra deriva do italiano “gambetto”, cujo significado é rasteira. Interessante! Acho que o exemplo sobre a longevidade e eterna elegância da rainha traz a reflexão de que, não importa o quanto a vida nos traga percalços, na próxima jogada sempre podemos surpreender e virar o jogo a nosso favor.
E você? Tem conseguido olhar o horizonte acima e vislumbrar a próxima jogada? Acredite: a coroa é um adorno externo maravilhoso, mas a realeza é um recurso e um talento interno. Conecte-se com o seu!
Escrito por Aliete Traviztki – Consultora da DorseyRocha Consultoria. Formada em Serviço Social e Mestrado em Filosofia Social além de Especialização em Recursos Humanos e MBA em Gestão Estratégica.
Comments