Segundo Tal Ben Shahar, escritor e pesquisador da Ciência da Felicidade, pessoas saudáveis e felizes têm mais tempo para se recuperar do dia a dia mantendo uma rotina de pausas e atividades que contribuem com o bem-estar.
Além disso, ele cita o estresse como a capacidade de passar por situações adversas e sair mais forte delas. O problema persiste quando o tempo de recuperação é negligenciado. “As pessoas saudáveis, felizes e bem-sucedidas mantêm uma rotina de pausas criando mais tempo de recuperação”, afirma.
Segundo ele algumas pessoas nascem com o “gene da felicidade” outros, como ele, têm que se dedicar a desenvolvê-la. Na maioria das vezes a felicidade depende das escolhas que fazemos, tais como: dedicar mais tempo ao convívio com pessoas das quais gostamos, em vez de dedicá-lo totalmente à busca de bens materiais; adotar o hábito de respirar profunda e pausadamente algumas vezes ao dia; meditar; procurar um significado para o que fazemos; fazer exercícios físicos; e, importantíssimo, ser grato.
O aumento do estresse na pandemia tem acontecido no mundo inteiro. Entretanto, para Tal Bem Shahar, o problema não é o estresse em si, mas sim o tempo de recuperação. “O estresse é bom porque indica que chegamos ao nosso limite e devemos dar uma pausa”, afirma.
O autor afirma que o burnout (distúrbio causado pela exaustão extrema no trabalho) é o efeito de estresse sem pausas para recuperação. A informação é um alerta para a saúde mental de todos, uma vez que os níveis de estresse aumentaram significativamente durante a pandemia no Brasil.
As pausas para o cafezinho, uma caminhada ou exercício fazem parte do que ele considera nível micro. Já noites bem dormidas e dias de descanso no fim de semana, por exemplo, fazem parte do nível médio. Por fim, as pausas maiores de semanas ou até mesmo meses, como férias, fazem parte do nível macro. As três são essenciais e devem ser administradas. “Precisamos de tempo para nos recuperarmos de verdade, para nos tornarmos mais fortes e menos frágeis”, defende Shahar.
“A felicidade é importante porque faz com que as pessoas sejam mais criativas, produtivas, trabalhem melhor em equipe e tenham uma saúde física melhor”, explica o especialista. Para aumentar os níveis de felicidade precisamos cuidar do tempo de recuperação.
Ele defende que outro fator impulsor da felicidade são os relacionamentos. Um estudo conduzido por pesquisadores de Harvard durante 75 anos, concluiu que as interações humanas estão diretamente relacionadas com os níveis de alegria e que é a felicidade que impulsiona o sucesso, e não o contrário. “Todos nós enfrentamos desafios e podemos lidar muito melhor com eles se tivermos um suporte social”, observa o especialista israelense.
Shahar demonstra uma grande preocupação quando as pessoas priorizam o relacionamento virtual, ao invés de se dedicar a buscar alguns poucos bons e verdadeiros amigos com quem se pode contar, pois defende que os resultados são mais positivos quando as interações são presenciais e não virtuais.
Neste momento atual de pandemia, as interações pessoais estão certamente mais difíceis, porém não devem ser relegadas a um segundo plano. Verifique se, apesar do necessário distanciamento, você está cuidando dos seus amigos reais ou somente dedica tempo ampliando a quantidade de amigos virtuais?
Você está se dedicando a ser mais feliz?
Escrito por Paulo Couto – Consultor da DorseyRocha Consultoria. Engenheiro civil com Pós Graduação em Administração Hospitalar. Professor Pós Graduação na UNICAMP. Foi Professor e Coordenador da Faculdade de Administração de Empresas da UNIP Campinas, graduação e pós-graduação.
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