De repente todo mundo começou a falar do “novo normal”. Tudo parecia fazer parte do tal novo normal. Bem, alguns começaram a afirmar: “nada está normal!”; “tudo está anormal e provisório”; “a única certeza são as dúvidas!”. Fato é que o termo foi caindo no esquecimento ou no limbo.
Passado quase o ano todo, que comparado às duas décadas deste século, foi mesmo anormal, podemos afirmar que tivemos que aprender muitas coisas novas neste ano que foi um “laboratório de Mundo VUCA”.
Na DorseyRocha aprendemos um bocado! Nós que sempre fizemos quase todo nosso trabalho de forma presencial, tivemos que desenvolver novas competências – envolvendo o famoso CHA – conhecimento, habilidades e atitudes; mas também tivemos que rever valores e reafirmar crenças organizacionais. Mas esse tema vai ficar para outro dia.
Quando ao final de fevereiro e início de março tudo parou, os clientes suspenderam as atividades que estavam agendadas e disseram “vamos aguardar um ou dois meses”. Nós mesmos ficamos nessa expectativa: em noventa dias tudo volta ao normal. Só que não!
Enquanto esperávamos, começamos a analisar o cenário futuro e decidimos desenvolver atividades “on line”; além do coaching que já era utilizado. Organizamos webinars, lives e preparamos programas de treinamento utilizando metodologias participativas baseadas no conceito da andragogia – uma crença da qual “não abrimos mão”.
Em maio, estávamos nos sentindo mais preparados para trabalhar dessa maneira e em junho começamos a conversar com clientes. Sentimos que eles consideravam a hipótese de retomar os treinamentos à distância. Iniciamos com um cliente, depois o segundo e o terceiro. Os feedbacks recebidos, dos participantes e dos contratantes, chegaram a nos emocionar, pelo reconhecimento da qualidade, em comparação aos presenciais. Adicionalmente todos destacaram a maior facilidade de agendar e de participar; evitam-se deslocamentos; cortam-se custos de viagens, salas, hotéis, cafés e lanches. Existem ainda algumas perdas, especialmente as relacionadas ao encontro e às conversas informais entre os participantes que criam maior confiança e facilidades para solução de problemas; também as dinâmicas de grupo com simulações utilizando técnicas construtivas / físicas ainda não têm soluções equivalentes, mas certamente elas virão.
Além disso, as transformações nos negócios e nos processos de trabalho vão exigir a intensificação das ações de DO. Kelly Palmer, que é VP de educação corporativa do Linkedin e autora do livro “Expertise competitiva”, afirma: “é melhor começar a me preparar o quanto antes possível e não só para o futuro”.
Enfim, tudo somado, ousamos afirmar que os treinamentos on line, que eram vistos com reservas por muitos e por nós, passaram a fazer parte do conjunto de soluções para o desenvolvimento de pessoas e organizacional. Acreditamos que sua participação na cesta de alternativas tenderá a crescer, podendo até mesmo chegar a representar a maior parte dos programas de treinamento e desenvolvimento.
Especialistas no assunto como a consultoria internacional Valuates apresenta dados que apontam para crescimento de 9% até 2025 no setor de educação corporativa à distância, quando deverá alcançar a marca de US$ 100 bilhões.
A mudança aconteceu. Este é o novo normal! Há que se tirar maior proveito da tecnologia para o desenvolvimento de pessoas e organizações.
E na sua empresa, como isso está sendo encaminhado? Mande seu comentário.
Escrito por Ely Bisso – Sócio e Diretor da DorseyRocha Consultoria. Engenheiro eletricista pela Faculdade de Engenharia Elétrica da UNICAMP, bacharel em Ciências Administrativas pela PUC-Campinas, com pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho pela UNICAMP e MBA em RH pela FGV.
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