Se não nos preocupássemos com pequenos obstáculos e tivéssemos foco no resultado seria tudo mais simples.
Certo dia eu estava conversando com um vizinho, o montanhista Vitor Negrete, atleta que já havia escalado o Monte Everest mais de uma vez. Ele me contava que a visão que tem lá de cima compensa qualquer dificuldade e necessidade de superação. Indaguei-o sobre os riscos, as dores, os machucados. Me respondeu que tudo era muito planejado e que ele ficava tão focalizado no objetivo e nas metas traçadas que só percebia os rasgos na roupa, os braços e pernas raladas quando chegava lá no topo. Dizia que não perdia o foco com pequenos obstáculos.
Já dizia Friedrich Nietzsche, filósofo alemão: “Aquele que tem um PORQUÊ, para viver, pode suportar quase qualquer COMO”.
O psicólogo americano Daniel Goleman, em seu livro “Foco”, destaca que há três tipos de focos: o foco interno (sobre nossas ações), o foco externo (sobre as situações) e o foco no outro (sobre as ações daqueles ao nosso redor). Goleman afirma que os três são importantíssimos. O autor ressalta que, nos dias de hoje, somos fortemente bombardeados com informações de todo tipo, vivência intensa com as máquinas, redes sociais e outras coisas onde nosso foco se perde, pois acabamos nos distraindo muito fácil, não sabendo onde manter a nossa atenção.
Thich Nhat Hanh, Monge Budista, faz uma excelente reflexão: “Não se perca no passado. Não se perca no futuro. Não seja pego por sua raiva, preocupações ou medos. Volte ao momento presente e toque a vida profundamente. Isso é atenção plena.”
FOCO é a capacidade de mirar apenas um alvo em um universo atordoante. A falta de foco consome energia, pode gerar estresse. Você já chegou ao final de um dia e sentiu uma sensação de inutilidade? Que aquele dia não rendeu nada? A falta de foco pode levar você a fazer muitas promessas e não cumprir nenhuma delas.
Identifique as ações principais e secundárias. Utilize o princípio de Pareto. Na maioria das vezes, 80% do problema requer atenção em 20% das causas. Se fizer esta análise, você dará atenção ao que realmente é importante para aquele momento ou situação.
Atualmente, os profissionais têm que ser versáteis, flexíveis, mas resilientes. Principalmente os de nível gerencial ou acima, precisam desenvolver várias habilidades e competências para dar conta do que é exigido para suas funções. Têm que realizar várias tarefas ao mesmo tempo. Com isso, aparecem os profissionais altamente dispersos.
Algumas dicas simples para ajudar a ganhar foco:
Concentre-se em uma coisa de cada vez
Elimine as distrações
Organize o ambiente
Defina suas metas
Dê prioridade ao que realmente é importante
Voltando ao Vítor Negrete, faleceu em 2006. Ao escalar mais uma vez o Everest, dessa vez sem o auxílio de oxigênio (fato inédito para um brasileiro), ao descer não resistiu ao desgaste físico e foi vítima de edema pulmonar ou cerebral (provavelmente ambos).
E você? Nas suas escaladas dos seus “Everestes” o que normalmente lhe falta para manter o foco?
Escrito por Márcio Pegoraro – Consultor da DorseyRocha Consultoria. Formado em Marketing com MBA em Gestão da Tecnologia da Informação pela Hogeschool Ultrecht e pelo IBMEC. Atua no desenvolvimento de pessoas e organizações.
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