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Empoderamento… vamos falar sobre o tema?


Empoderamento é a palavra da hora nas organizações que estão focadas nos resultados, nas pessoas e nos desafios do mundo digital. Seu significado, aparentemente fácil de deduzir e entender, nem sempre é tão fácil de se praticar, mesmo nessas organizações que empreendem grandes esforços para uma cultura de alta performance e satisfação.


Aprofundando primeiramente o conceito de empoderamento, que veio por uma grande influência global do “empowerment”, significa fortalecimento e/ou capacitação para algo, no caso do ambiente corporativo, de agir ágil e apropriadamente, tomar decisões e fazer escolhas e tarefas que tragam os resultados estratégicos da companhia. Ele está bastante vinculado com o conceito de protagonista, que sendo o personagem principal do contexto, toma a liderança e influencia para as coisas acontecerem, utilizando seu “poder pessoal”.


Mas, qual a origem do conceito de empoderamento?

O conceito de poder pessoal ou potência, já é um velho conhecido, que foi estudado profundamente pelo filósofo grego Aristóteles, em seu tratado “Anima”. Na teoria aristotélica, todas as coisas (e também nós, seres racionais) existem em potência e em ato. Existem em potência enquanto capacidade e em ato enquanto realização. Potência pode ser compreendida como a capacidade para criar, para produzir, para agir. Algo em potência é algo que tende a ser outra coisa, como uma semente (uma árvore em potência) ou um aluno de nutrição (um nutricionista em potência). Na raiz da palavra, potência significa possibilidade, poder ou capacidade de ser.


Por outro lado, quando não usamos nossa potência, podemos ver a impotência que, por sua vez, pressupõe um “não-poder” ser ou fazer, seja pela inexistência natural da capacidade, seja porque há um déficit importante na potência daquele que poderia tê-la, completamente. Contudo, ser ou estar impotente é tanto não poder modificar outro sujeito ou objeto, quanto não ter a capacidade necessária de sofrer modificações, isto é, não ter potência para modificar a si mesmo. Ser impotente significa não ter poder, força ou meios para realizar algo.


As relações que podemos estabelecer com a potência, não se traduzem apenas em ato (realização) ou impotência (não realização). Quando se considera a potência como ilimitada, ou irrestrita, caímos no terreno da onipotência. Nela, não há espaço para a possibilidade de não ser, ou de não ter capacidade e a impotência (natural e constitutiva, tanto quanto a potência) é negada. O que, paradoxalmente, acaba por diminuir a potência possível! Por quê?


Por que a onipotência, derivada da crença ou do desejo de tudo poder, já que é de impossível realização, acaba por levar o sujeito a não atualizar suas capacidades na real e possível medida, ou seja, aquele deveria poder tudo, acaba por poder nada.


Ação empreendedora, você tem?

Nos tempos mais recentes, o renomado consultor americano Peter Block, em um dos seus livros chamado “Gerentes Poderosos”, desenvolve o conceito sobre o poder que cada profissional tem para realizar grandes coisas, mesmo num ambiente muitas vezes complexo e desfavorável, porque ele acredita que esse empoderamento é um “chamamento” à ação empreendedora que existe no íntimo de cada profissional e das organizações. É uma atitude gerencial de coragem para quebrar certos paradigmas de forma adequada. Para tanto, Block propõe que, com o exercício da habilidade política e do gerenciamento responsável, o poder é naturalmente ampliado, favorecendo a conquista de novas competências de liderança. O fortalecimento profissional do nosso empreendedor interno acontece pela tomada de decisões em situações de incerteza e risco, o qual na última década vem sendo chamado de ambiente VUCA: volátil, incerto, complexo e ambíguo.


Assim, reforça o autor, a maneira como escolhemos agir nos leva ou na direção empreendedora ou na direção burocrática. A conexão que se faz nestas escolhas é que a mentalidade empreendedora equivale a ser político de maneira positiva e a mentalidade burocrática equivale a políticas negativas, ou “politicagem”. Também vale à pena compreender que existe a diferença entre o “poder delegado ou adquirido”, que se refere à “patente” ocupada dentro da organização, do “poder pessoal”, que se refere a capacidade de exercício de ação e decisão que cada um tem dentro de si, independente de título ou cargo que ocupa.


Por tudo isso, fica fácil entender porque “empoderamento” é tão desafiador de se conseguir, mas tão desejado pelas organizações com genuíno interesse pelo cliente e que se preparam para era digital.


Tendo a compreensão de que empoderamento é um processo que vem de dentro para fora, que ele existe por princípio no potencial de todas as pessoas, como também, que a forma de fazer negócios está migrando para o trabalho ágil, conectado e orgânico; estamos cada vez mais certos de que, aquele profissional que buscar seu autoconhecimento e autodesenvolvimento, estará apto a atuar de forma genuinamente empoderada na vida pessoal e profissional.


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Escrito por Aliete Traviztki – Consultora da DorseyRocha Consulting.  Formada em Serviço Social e Mestrado em Filosofia Social  além de Especialização em Recursos Humanos e MBA em Gestão Estratégica.

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