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E você, sabe o que é “sevirologia”?


Nestes tempos de eleições, poderíamos dizer que “sevirologia” é uma nova expressão para uma velha atitude do cidadão brasileiro: não tem como viver, comer, trabalhar, então… se vira nos trinta!


Com certeza os brasileiros já devem ser considerados como “role model” para improvisação, adaptação e criatividade em muitas áreas dentro de organizações e em comparação com outros povos. Dizem os especialistas que a criatividade surge da necessidade e dos cenários que nos oferecem desafios, por isso é simples entender de onde sai tanta criatividade e inovação.


É interessante verificar mais recentemente que, com o advento da era digital e de novas formas mais colaborativas de trabalho, essa prática tem ganhado mais profundidade pois, as pessoas não somente estão tentando e experimentando mais, como compartilhando seus acertos, erros e aprendizados. Isso multiplica o conhecimento empírico que gera novos insights, novos experimentos e assim, sucessivamente.


Algumas organizações exponenciais, como o Google, criaram departamentos onde a missão dos profissionais é passar o dia tentando coisas novas e, principalmente, errando. Sim, é isso mesmo pois, ao cometerem erros geram aprendizados e antecipam possíveis  “micos” e desastres que a organização poderia cometer no futuro, além de descobrir novos produtos e serviços.


Aquela antiga frase de que “errar é humano”, foi negada por décadas  nas escolas, nas famílias, nas empresas, onde a expectativa era a perfeição, o acerto e a impecabilidade. Disruptivamente, hoje vemos um início de uma apologia ao erro, onde mais do que aceitar nossa condição humana imperfeita, estimula-se a coragem de errar e compartilhar, não para ganhar “likes” ou dar risadas, mas para cultivar um ambiente mais flexível, inclusivo e, porque não, produtivo.


“Sevirologia” e Mindset

Essa nova mentalidade foi abordada por Carol Dwek, em seu livro intitulado “Mindset – A nova psicologia do sucesso”, onde explora os dois tipos de mindset chamados de fixo e de crescimento. O primeiro tem um desejo de parecer inteligente e o segundo é motivado por aprender e, dessa forma, não é difícil entender a diferença como ambos encaram desafios, obstáculos, críticas e o sucesso dos outros. Por trás da atitude do mindset fixo está a crença de que a inteligência é estática, ou você nasce com ela ou não. Mas o mindset de crescimento acredita que a inteligência pode ser desenvolvida, não importa escolaridade, nível social, raça, nacionalidade ou qualquer outra condição.


Por isso, para fomentar o modelo mental de crescimento é preciso desprender-se de crenças limitantes e de condicionamentos que aprendemos ao longo da vida, aproveitando a plasticidade que nosso cérebro tem, dispondo-se a fazer os esforços de desenvolvimento para obter resultados. Os empreendedores sabem disso naturalmente desde cedo pois se propõem a correr riscos e aprender com os resultados alcançados, sejam positivos ou não.


Errando é que se aprende

Viver, dentro e fora das organizações, significa encarar incertezas, desafios, riscos e de alguma forma expor a própria personalidade, ideias e sentimentos. Mas, como afirma Brené Brown em seu livro “A coragem de ser imperfeito”, isso tudo não precisa ser ruim porque a vulnerabilidade não deve ser considerada como uma medida de fraqueza, ao contrário, uma demonstração de coragem.


Brené salienta que quando negamos nossos erros e nossas imperfeições, para fugir de emoções como medo, mágoa, vergonha e decepção, nos afastamos também de emoções positivas como a aceitação, flexibilidade e a criatividade, que normalmente vêm de experiências marcantes que dão sentido à vida. Ou seja, viver na defesa de possíveis ataques por não ter a certeza de ser bom o bastante, pode ser a fórmula mais arriscada para ser bem sucedido.


Como disse Ed Catmull, presidente da Pixar, “precisamos pensar no fracasso de uma forma diferente, pois quando abordado de maneira certa, pode ser uma oportunidade de crescimento. Os erros são uma consequência inevitável de se fazer algo novo”.

Nessa era de grande transição e mudança de paradigmas, precisamos estar atentos e preparados para – indo além da “sevirologia” porque as demandas estão nos rondando – entender e aplicar a “eupossologia” para exercermos nosso pleno potencial.


Se seu negócio ou sua equipe precisar de ajuda para errar mais, ou ser mais criativo e alavancar o potencial dos talentos, conte conosco!


Escrito por Aliete Traviztki – Consultora da DorseyRocha Consulting.  Formada em Serviço Social e Mestrado em Filosofia Social  além de Especialização em Recursos Humanos e MBA em Gestão Estratégica.

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