Nestes tempos de pandemia, onde boa parte das equipes estão trabalhando remotamente, cuidar da comunicação é essencial para termos o resultado planejado e manter o moral do grupo e o engajamento em alta.
Porém, quando entramos em contato com nossa equipe, estamos atentos à comunicação ou somente à conversa? Explico: muitas vezes mantemos uma “boa” conversa com nossos liderados ou pares, pessoalmente ou remotamente, sem nos atermos que esta conversa tem um objetivo e para alcançá-lo é necessário que estejamos nos comunicando adequadamente, e não somente conversando.
Muitos problemas do nosso dia a dia são devidos a algum “mal entendido”. Ou seja, se o tema “não foi isso que eu entendi” ou “não foi isso que eu falei”, estiver em pauta é sinal que precisamos cuidar de nossa comunicação. Em tempos de trabalhos em casa requerendo conversas remotas, esta situação tende a se agravar.
Quando eu digo: “algo precisa ser realizado com urgência”. Qual o tempo que você imaginou? Será que foi o mesmo tempo que eu imaginei? E se eu disser que algo é barato, será que você pode calcular o valor aproximado a que estou me referindo? E ainda se eu disser que algo não precisa estar perfeito, somente com uma qualidade aceitável, você sabe o que isso significa?
Ao nos comunicarmos, desencadeamos um processo que se inicia com um sentimento ou ideia que queremos transmitir a alguém. Este sentimento eu transformo em uma mensagem que eu codifico e tento transmitir a alguém que irá decodificar a mensagem que recebeu. Tudo seria muito simples se todos tivéssemos a mesma máquina de “codificação e decodificação”.
Ocorre que muitas vezes os códigos usados por quem fala e por quem ouve são diferentes, pois a codificação está sujeita a vários fatores como: a nacionalidade, regionalidade, cultura, religião, escola, hábitos de família…etc. decorrentes das experiências de vida que são diferentes e que nos fazem expressar nossos sentimentos e ideias com palavras distintas e específicas.
Assim, para aumentar a efetividade da minha comunicação e não apenas conversar, preciso considerar: qual é o resultado que eu quero da comunicação? Qual a mensagem que eu quero tornar comum? Como eu me sinto ao ter que falar sobre o assunto com essa pessoa? Como eu vejo essa pessoa? Finalmente para ter a certeza de que consegui, não há outra alternativa a não ser obter feedback. Para isso solicite à pessoa que ela expresse nas palavras dela o que você tentou transmitir.
Uma dica adicional, nestes tempos de afastamento social forçado, muitas vezes fazer boas perguntas e ouvir de verdade para compreender o outro é mais importante para a boa comunicação do que falar.
E você, tem se comunicado adequadamente ou só conversado?
Escrito por Paulo Couto – Consultor da DorseyRocha Consulting. Engenheiro civil com Pós Graduação em Administração Hospitalar. Professor Pós Graduação na UNICAMP. Foi Professor e Coordenador da Faculdade de Administração de Empresas da UNIP Campinas, graduação e pós-graduação.
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