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Conflito é bom e eu gosto!

Quem, nesses últimos meses, não teve alguma discussão acalorada, para dizer o mínimo, sobre política? Quem não sentiu uma relação abalada por conta disso? Poucos, eu imagino. Se não entrou em discussão, “segurou a onda” e chutou o cachorro depois, como se diz por aí, para desopilar o fígado!


Não houve melhor período para estudar a gestão de conflitos do que esses 6 meses que antecederam o 2º turno das eleições para Presidente da República.


Administrar bem os conflitos é uma competência. Seja lá como eu lido com eles, um estilo pessoal de tratamento de conflitos aparece.


Blake&Mouton e depois Thomas&Kilmann propuseram modelos que, até hoje, se mostram importantes e contributivos. Em resumo, os modelos nos levam a refletir sobre 2 interesses, que todos temos, uns mais, outros menos, ao lidar com conflitos:

  • o quanto eu quero ter razão, estar certo, ver meu ponto de vista ser acatado pelo outro lado; e

  • o quanto eu me importo em manter – se não aumentar - o nível de confiança existente na relação.

Se eu focalizar apenas um dos interesses, impactos negativos aparecerão. Querer ter razão, fazer o outro acatar o meu ponto de vista, sem cuidar da relação/ confiança, estremecerá a relação para futuros tratamentos de conflitos e negociações. Criará um ambiente de tensão e medo. Cuidar da preservação da relação/ confiança, com uma comunicação não assertiva, renunciando ao meu ponto de vista, aceitando a posição da outra parte, fará muito mal para a minha autoestima, para o meu fígado e diminuirá drasticamente o meu poder de influência. Como ouvi, certa vez, sobre uma pessoa assim, “ele é tão bonzinho, coitadinho!”.


Eu posso também “não me meter em conflitos”. Afinal, posso pensar, não adianta nada e só geram desgaste. E se não tiver jeito mesmo de fugir deles, então eu apelo para normas e regulamentos para resolver, de forma impessoal, os conflitos nos quais “eu me vi envolvido”. Depois é só olhar no espelho e perguntar “você é um homem ou um rato?”.


Ok, vamos lá. Vamos olhar para os dois eixos – objetivos e relação.


Eu posso adotar o lema “é dando que se recebe” ou “ceda um pouco aqui, eu cedo um pouco ali e, no final, tudo se ajeita”. Melhor do que ser atropelado, como diria um amigo! Essa concessão mútua não é de todo ruim, mas não é excelente! Eis a questão. Algumas vezes, a concessão torna as partes razoavelmente satisfeitas e razoavelmente insatisfeitas. Dá para fazer melhor, mas não é fácil e exige praticar, errar, avaliar, mudar, tentar de novo até adquirirmos competência.


O que os autores dos modelos citados preconizam é que o ideal é focalizar tanto os objetivos pessoais envolvidos no conflito quanto a relação/ confiança entre as partes e negociar exaustivamente para se chegar a um acordo excelente. É buscar que, ao final, as partes digam “chegamos ao melhor acordo que poderíamos nesse momento e me sinto confortável com ele”. Sempre é possível chegar a isto? Provavelmente não.


Todavia, a proximidade do ideal e a velocidade com a qual nos aproximamos dele dependerá da nossa crença e esforço sobre como devemos e queremos agir frente a conflitos. Se meu foco é a abordagem ideal, meus esforços me levarão em direção a ele. Do contrário ficarei longe, muito longe da excelência na administração dos conflitos.


E você? Pretende ir acompanhado de advogado na festa de Natal da família ou está disposto a repactuar algumas relações?


Boa sorte!


Iba (Ismael Almeida) e Ely Bisso - DorseyRocha

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