top of page

Competência não é nada sem Confiabilidade

Em seu livro, “O Jogo Infinito”, (Como?! Não leu ainda? Ô loco, meu!) Simon Sinek discorre sobre os SEALs, que são as Forças de Operações Especiais da Marinha e estão entre as organizações de mais alto desempenho no planeta.


Ele afirma “Talvez você fique surpreso ao descobrir que as pessoas em suas equipes não são necessariamente as de mais alto desempenho individual. Para determinar o tipo de pessoa ideal para fazer parte dos SEALs, uma das coisas que se faz é avaliar candidatos ao longo de dois eixos: desempenho x confiabilidade.


O desempenho está ligado à competência técnica; a quanto alguém é bom no que faz. Eles são determinados? São capazes de se manter calmos sob pressão? A confiabilidade tem a ver com caráter. Sua humildade e seu senso de responsabilidade pessoal. Quanto apoiam seus colegas quando não estão em combate. E se têm uma influência positiva em outros membros da equipe. Como diz um membro de uma equipe dos SEALs: Posso confiar minha vida a você, mas posso confiar meu dinheiro ou minha esposa? Em outras palavras, só porque eu confio em suas aptidões técnicas não significa que eu ache que você é uma pessoa confiável. Você pode ser capaz de manter minha segurança em combate, mas não confio em você o bastante para ficar vulnerável na sua frente. Essa é a diferença entre segurança física e segurança psicológica.


O que os SEALs descobriram – continua Simon - é que a pessoa no canto superior esquerdo – com alto desempenho, mas baixa confiabilidade – torna-se um membro de equipe tóxico. Essas pessoas exibem traços de narcisismo, estão sempre prontas para pôr a culpa nos outros, põem a si mesmas em primeiro lugar, falam mal dos colegas pelas costas e podem ter influência negativa em seus colegas de equipe, especialmente em membros novos ou mais jovens. Os SEALs preferem ter alguém de desempenho médio e alta confiabilidade, às vezes até mesmo de baixo desempenho e alta confiabilidade (é uma escala relativa) em suas equipes a ter alguém de alto desempenho e baixa confiabilidade. Se os SEALs, que têm as equipes de mais alto desempenho no mundo, priorizam a confiança, então por que ainda achamos que o desempenho é a maior prioridade quando se trata de negócios?”


Embora “medir” confiabilidade seja difícil – e Simon admite isso - o importante de seu modelo é nos alertar para o foco muitas vezes exagerado em desempenho (leia-se entrega de resultados e um pouco de comportamentos aderentes às competências organizacionais) em detrimento da atenção e requerimento de confiabilidade das pessoas.


Stephen Covey também aborda o tema em seu livro “A Velocidade da Confiança” e suas 5 Ondas. Nele, ao falar da 1ª Onda, afirma que a credibilidade pessoal se dá por 2 fatores: Caráter e Competência. Sendo que o Caráter é a conjunção de Integridade e Intenção e a Competência a conjunção de Capacitações e Resultados.


Covey advoga que para chegar à 5ª Onda, a credibilidade da organização na sociedade, passando por sua reputação no mercado, é preciso que o comportamento de cada indivíduo tenha credibilidade (ou confiabilidade, para Simon).


Quem já não conheceu lideranças capacitadas e boas geradoras de resultados, mas tóxicas quanto aos seus comportamentos? E, pior, quantos de nós já não vimos empresas sendo tolerantes a comportamentos de baixa confiabilidade (assédio moral, discriminação, pressão exagerada por resultados, manipulação para obter o que quer em detrimento do ambiente de trabalho etc.), pois a pessoa entrega resultados? Se você já vivenciou algo assim, então compreende a importância de sermos confiáveis, além de competentes.


Penso que seu papel, como liderança, é duplo: agir de modo íntegro e com intenção lúcida e ser guardião desse comportamento na empresa, o que significa não tolerar pessoas em sua equipe que ajam com baixa confiabilidade; ter a coragem de remover pessoas tóxicas, sinalizando que você quer construir o ambiente do canto superior direito do modelo do Simon Sinek: pessoas com alto desempenho e alta confiabilidade.

Como disse Maximus Decimus Meridius, personagem do filme O Gladiador, “o que você faz nessa vida ecoa pela eternidade”.


O que você faz hoje na empresa fortalece uma determinada cultura organizacional.

A escolha é sua.


O que você pensa disso? Escreva para nós!


Escrito por Ismael Almeida Iba – Consultor da DorseyRocha Consultoria. Formado em Matemática com MBA em Gestão Empresarial pela FGV. Certificado em Coaching pelo ICI Integrated Coaching Institute. Professor na BSP Business School São Paulo.

632 visualizações0 comentário
bottom of page