Desde criança ouço falar que profissionais passando dos 40, 50 anos já começam a enfrentar problemas no mercado de trabalho, seja na recolocação ou mesmo dentro das corporações onde atuam. Embora isto ainda seja uma verdade, dados do IBGE mostram que os idosos são presença significativa no mercado de trabalho, saltando de 5,9% em 2012 para 7,2% em 2018.
Os integrantes das gerações Y, Millenials e Z são profissionais inquietos e com dificuldades de se manterem por muito tempo em um mesmo lugar. Já as gerações Baby Boomers e X são o contraponto dessas gerações que exibem talentos e disposição para a realização, mas que não têm paciência para esperar o melhor momento.
Os profissionais que já passaram por muitas experiências sabem que é preciso equilíbrio para alcançar resultados efetivos. Para as empresas, o ideal seria encontrar um equilíbrio entre a maturidade/experiência e a juventude. Hoje vive-se a necessidade e talvez até seja uma obsessão pelo que é moderno, pelo novo, pelo rápido, pelo digital e tecnológico. Mas elas precisam saber que o ideal pode não ser somente este ou aquele, mas todo o conjunto.
Empresas que contratam profissionais maduros já perceberam que essa é uma opção inteligente, já que quem passou dos 50 tende a ser mais receptivo e afetivo, interna e externamente e com isso as relações interpessoais também tendem a ser mais fáceis, amenizando as situações mais controversas da rotina diária.
Contratar um profissional acima dos 50, 60 anos é valorizar uma extensa bagagem pessoal e profissional e absorver uma mão de obra bastante qualificada. E se este profissional trabalhou durante muitos anos no mesmo ramo, a empresa só tem a ganhar com a sua experiência e, vou além, com esta experiência de vida faz com que estes profissionais, mais prudentes e responsáveis, saibam lidar com situações de tensão, sem se abalar por qualquer motivo.
A história nos mostra, muitos exemplos, que em situações de crise se recorreu aos mais experientes e seniores. É muito perigoso afirmar que o mundo de hoje é dos jovens, das máquinas, do que é mais barato, do que é mais rápido etc.
Dizemos que a vida é um ciclo e com isso cada etapa tem a sua importância e o seu valor. Talvez esteja aí o segredo para as corporações encontrarem o equilíbrio necessário com a diversidade etária do seu quadro de pessoas.
Gosto muito da afirmação de Lavoisier de que “na natureza nada se cria, nada se perde, mas tudo se transforma”. Não há nada sobrando e nada faltando. Será que não podemos trazer isto também para o mundo corporativo?
Profissional jovem ou profissional “idoso”. Cada um tem o seu espaço, o seu momento onde será o mais adequado para este ou aquele trabalho ou situação. O equilibro e o conjunto é o que se deve ter em conta.
Devemos sim reconhecer e prestigiar a juventude, a sua força, a sua inovação e o seu dinamismo. Porém, é necessário entender a importância dos seniores, para que permaneçam nas corporações sempre se atualizando, mantendo-se ativos, interessados, motivados, engajados e reconhecidos, em especial agora que constatamos um aumento da expectativa de vida com saúde.
Como é a política de diversidade da sua organização em relação aos seniores?
Escrito por Márcio Pegoraro – Consultor da DorseyRocha Consultoria. Formado em Marketing com MBA em Gestão da Tecnologia da Informação pela Hogeschool Ultrecht e pelo IBMEC. Atua no desenvolvimento de pessoas e organizações.
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