“Problemas globais exigem soluções globais.” Em seu livro “21 Lições para o Século 21” Yuval Noah Harari postula que nacionalismo, sentimento importante para fortalecer as nações, não pode fomentar a percepção de superioridade e isolamento dos países. Pelo contrário, ele comenta que, mais do que nunca, desafios como “o nuclear”, “o ecológico”, “o tecnológico” e a continuidade da “espaçonave terra” dependem absolutamente de cooperação entre os países. Os graves problemas que assolam uma nação, geralmente, impactam muitas outras e exigem profundo trabalho colaborativo para a busca de soluções definitivas.
O momento que vivemos, a pandemia do COVID-19, parece não deixar dúvida quanto a isso. Não obstante as ações que cada país está e deve continuar tomando, soluções definitivas – uma vacina, por exemplo – serão desenvolvidas por meio do trabalho de muitas empresas e nações.
Aumentando o zoom, e verificando o que ocorre dentro de uma organização, a colaboração se mostra também um dos fatores críticos de sucesso. Uma equipe, seja ela de que departamento e tamanho for, só conseguirá soluções uau!, com níveis de criatividade e inovação elevados, disruptivas, se, e somente se!, trabalhar de forma colaborativa.
Estou supondo que o time tem repertório suficiente, por isso a diversidade é chave, para que o trabalho colaborativo produza excelentes resultados.
E qual o papel das lideranças quanto à colaboração?
Primeiro, olhando para o próprio time, fomentar a cooperação. Estimular que, além de cada indivíduo cuidar da sua entrega individual, haja metas do time que exijam o trabalho conjunto e colaborativo. É reconhecer e premiar os esforços conjuntos que levaram aos resultados – e não somente “o funcionário do mês”, que, no mais das vezes, gera competição – “no próximo mês, serei melhor do que o fulano!”.
A propósito, competição saudável, a meu ver, é uma falácia! Por definição, numa competição, alguém ganha, alguém perde e isso gera ressentimentos, vontade de dar o troco e falta de cooperação.
Em segundo lugar, e talvez mais desafiador, o líder deve cuidar para que seu time trabalhe de maneira cooperativa com os demais times da organização.
Se problemas globais exigem soluções globais, é também verdade que problemas organizacionais exigem soluções organizacionais.
É altamente improvável que um problema sério que afeta o desempenho da organização, em qualquer medida, seja da responsabilidade de apenas um time/ área da empresa. Quando algo vai mal, o mais provável é que vários times/ áreas tenham alguma responsabilidade na causa e devem responsabilizar-se, de maneira conjunta e colaborativa pela busca da solução.
Cabe à corporação, por meio de seus valores e competências organizacionais críticas – que se desdobram em competências de liderança, fomentar a colaboração e cooperação. Sair da teoria e ir para a prática; é avaliar e reconhecer os comportamentos – e resultados – alinhados ao valor cooperação/ colaboração e à competência “trabalhar de forma cooperativa”.
E o líder vacilão, nesse tema?
O vacilão I age como se sua área fosse a mais importante da empresa; afirma que “não fossem as demais áreas”, o resultado organizacional seria bom; volta de uma reunião com seus pares de outros times, áreas e departamentos e deixa escapar para o seu time comentário depreciativo do tipo “o pessoal da área xxx é...fraco” e “por isso é que as coisas não melhoram por aqui”, e por aí vai!
Já o vacilão II é aquele que acha que sua área tem baixa importância e contribuição para os resultados do negócio. Por isso opera de maneira devagar e sempre segura. Ajuda fazendo a sua parte de forma isolada.
Fomente a cooperação e colaboração mútuas.
Faça diferença hoje, faça diferença sempre!
Escrito por Ismael Almeida Iba – Consultor da DorseyRocha Consultoria. Formado em Matemática com MBA em Gestão Empresarial pela FGV. Certificado em Coaching pelo ICI Integrated Coaching Institute. Professor na BSP Business School São Paulo.
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