Segundo Stephen Covey em A Velocidade da Confiança, Integridade é uma das quatro dimensões da credibilidade pessoal. Sem credibilidade, ninguém, e em particular nenhum líder, consegue influenciar os outros e influenciar para o bem faz parte do papel da liderança.
Influenciar começa quando, por exemplo, ao falarmos algo, ao expressarmos nosso ponto de vista, as pessoas nos escutam, consideram o que falamos. Sem isso, o processo de influência não se sustenta.
Warren Buffett disse certa vez “Quando emprego pessoas, procuro três coisas. A primeira é integridade, a segunda é inteligência e a terceira é um alto nível de energia. Se não existe a primeira, as outras duas acabarão com você.”
Vamos considerar aqui integridade como o fato de agirmos (e, talvez mais importante, sermos percebidos como agindo) em consonância com os valores éticos, morais e profissionais que afirmamos ter/ acreditar.
Sim, se um líder, em qualquer nível dentro de uma organização ou comunidade, afirma acreditar em algo, mas seus comportamentos apontam numa direção contrária, lá se vai sua integridade!
Todos nós observamos, uns nos outros, mais os comportamentos do que o discurso.
Walk the talk é preciso, diriam os americanos.
Outro aspecto que impacta na percepção que outros têm a respeito de nossa integridade é o quanto agimos para combater, ou no mínimo não apoiar, comportamentos que confrontam nossos valores.
Explico.
Se afirmamos que diversidade e respeito são aspectos que valorizamos, como nos comportamos quando vemos alguém ser discriminado por conta de sua raça ou orientação sexual, por exemplo? Como reagimos quando, estando numa conversa em grupo, alguém solta uma piada ou um comentário homofóbico, racista etc.?
Muitas vezes é difícil confrontar as pessoas, sobretudo se gostamos delas, a cerca desse tipo de comportamento. Mas temos que pensar nessa escolha a fazer.
Eu sempre penso, em situações assim: e se um familiar meu ou outra pessoa que amo muito estivesse ouvindo a piada e fizesse parte desse grupo que está sendo citado? Como eu me sentiria? Como ela se sentiria?
Acredito, então, que ser íntegro, além de agir ativamente em consonância com o que professamos, inclui combater explicitamente comportamentos que ferem esses nossos valores. O silêncio, nesses casos, soa conivência com o inadequado.
Atribui-se a Martin Luther King a frase “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”.
Ser um líder vacilão é agir diferente do que afirma valorizar; é fechar os olhos para comportamentos inadequados e se omitir. É o silêncio dos bons!
E você, é um líder vacilão?
Escrito por Ismael Almeida Iba – Consultor da DorseyRocha Consultoria. Formado em Matemática com MBA em Gestão Empresarial pela FGV. Certificado em Coaching pelo ICI Integrated Coaching Institute. Professor na BSP Business School São Paulo.
Comments