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Indústria 4.0 e o Ser Humano


Nesta era da indústria 4.0, onde inteligência artificial, internet das coisas e a rápida substituição de processos e produtos, alguns ainda eficazes porém que já não conseguem “fazer frente” aos novos, que além de suprir as suas funções, trazem uma série de novos benefícios, as pessoas sentem-se constantemente desafiadas a se reverem e aprender coisas novas.


Interessante observar que, há não muito tempo, quando falávamos de antigo estávamos nos referindo a algo de alguns anos, quando não algumas décadas atrás. Hoje podemos estar nos referindo a algo de alguns meses e eventualmente de alguns dias atrás, que já está sendo superado e substituído por um novo produto, serviço ou tecnologia.


Neste cenário, sem nenhuma dúvida, os profissionais para se manterem competitivos e preparados para o mercado precisam estar atualizados e rapidamente absorver, aprender e utilizar novas competências associadas às mais recentes tecnologias.


As organizações precisam avaliar constantemente todo seu arsenal de equipamentos, tecnologia e capacidades dos seus recursos humanos, verificando se ainda se mantém competitivos, de modo a garantir as melhores chances de obter resultados, o atendimento a seus clientes e a superação de seus concorrentes.


Vivemos uma época onde existem momentos em que é difícil distinguir o que é ficção científica e o que é realidade. Assistimos a seres humanos vivendo em habitações precárias, sem ventilação, eletricidade, saneamento básico, ao mesmo tempo em que outros vivem em casas inteligentes onde a luz e o ar condicionado são acionados automaticamente, a geladeira emite pedidos do que está faltando ao fornecedor de alimentos, a música tocará atendendo solicitação por voz num repertório desejado, a refeição será preparada por um robô e ficará pronta no horário programado, cortinas, aquecimento, televisão atendem comandos por meio do smartphone, nem a preocupação de acender as lâmpadas é necessária, pois o ambiente será iluminado na presença de alguém. Enquanto alguns não possuem transporte público decente, outros já se locomovem em veículos ou helicópteros, autônomos. Alguma similaridade com o filme Elysium?


Todos nós temos acompanhado esta rápida e por vezes disruptiva evolução, com maior ou menor preocupação quanto as oportunidades e riscos que o cenário apresenta. Cabem as perguntas: o ser humano está evoluindo na mesma velocidade da tecnologia? Até que ponto os profissionais estão dando a devida atenção a si mesmos? Ao próprio corpo e à mente?


Muitos executivos se dedicam ao trabalho com muita energia, mas esquecem que para se manter produtivo ao longo do tempo é necessário cuidar da saúde, física e mental. Tudo nos leva a acreditar que a cada dia teremos maiores incertezas e exigências, o que naturalmente aumentará o stress do nosso dia a dia. Novamente, cabe perguntar: estamos realmente dedicando atenção ao nosso principal equipamento, nosso corpo, para ter uma vida plena, profissional e social? Ou estamos tão preocupados em acompanhar a evolução da tecnologia que acreditamos que, tal como no filme Elysium, poderemos substituir partes do nosso corpo quando ele se tornar pouco produtivo?

Escrito por Paulo Couto – Consultor da DorseyRocha Consulting.  Engenheiro civil com Pós Graduação em Administração Hospitalar. Professor Pós Graduação na UNICAMP. Foi Professor e Coordenador da Faculdade de Administração de Empresas da UNIP Campinas, graduação e pós-graduação.

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