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Coragem e Agilidade em Tempos Difíceis: veja algumas dicas


Estamos presenciando desde grandes empresas do setor privado e do setor público a pequenas e médias empresas de qualquer segmento, a terem que empreender mudanças importantes em sua forma de ser e agir. São questões tão agudas e vitais em que a capacidade das lideranças de compreender, agir com lucidez, coragem e agilidade sobre um quadro complexo de interações é posta diariamente à prova.


Com certeza somente as empresas que tiverem inteligência, determinação e sabedoria para enfrentar esses desafios sobreviverão.  E mais, sendo conhecido que um menor número delas sairá ainda mais fortalecido pela oportunidade que toda crise também oferece.


Todos sabemos das situações mais dramáticas em que se faz necessário partir para reduções significativas do quadro de empregados ou de terceirizados, eliminação de produtos e serviços e até fechamento de unidades.


Contudo, mesmo que algumas destas iniciativas se mostrem como inevitáveis para enfrentar os novos tempos, há um segundo grau de realinhamento da empresa que se faz com frequência necessário. É quando a revisão da atuação da empresa precisa acontecer em toda a cadeia de valor da organização, ou em partes significativas dela.


Neste caso, é preciso investigar desde os mecanismos de relacionamento da empresa com o mercado e os clientes, passando pelos processos produtivos e de geração dos serviços, pelos processos de apoio aos negócios (como os existentes na área de Finanças e Recursos Humanos entre outros), bem como os aspectos que afetam a motivação dos colaboradores e o clima interno.


Assim, este alinhamento mais profundo da atividade empresarial costuma desde logo se apresentar em pontos vitais como a seguir.


Planos de negócio e de marketing

A necessária revisão das estratégias do negócio – desenhada por vezes num outro cenário e ambiente – bem como a reavaliação e eventual reposicionamento de produtos e mercados. Assim também o redimensionamento dos investimentos em marketing, a análise da efetividade do sistema de distribuição e logística, a avaliação da atividade comercial, do modelo de gestão empresarial e de seus subsistemas.


Relacionamentos com os clientes

Neste aspecto tão crucial dos negócios, a questão é descobrir o que está funcionando e o que não funciona, o que precisa ser melhorado, revisto e repensado. Como estão sendo realizados os esforços de relacionamento e comercialização, qual o grau de efetividade do trabalho de prospecção, pré-venda, venda e pós-venda, além de medir os “momentos de verdade” da empresa com o mercado e clientes.


Novas oportunidades

É a hora de rapidamente pesquisar e encontrar novas oportunidades de negócios. Trabalhando com coragem e agilidade sobre ideias que a empresa já tenha investigado em tempos normais, mas sem maiores detalhamentos. Ou seja, ideias que podem ser trabalhadas agora em seu significado, potencial e possível impacto para a sustentação do negócio.


Revisão dos processos de trabalho

É frequente que em tempos difíceis os processos da empresa revelem, de forma mais contundente, a necessidade de mudança e inovação. O seu redesenho pode vir a dar mais clareza, por exemplo, a aplicação de políticas e regras de negócio que balizem melhor as decisões, ou a redução de falhas ou ineficiências que em tempos normais até eram admitidos. Assim, toda essa adaptação, melhoria e reaprendizagem ganha um sentido de urgência e agilidade que nunca tiveram antes.


Capacitação e desenvolvimento

Associado com a revisão de processos, o envolvimento dos empregados na sua maior capacitação e qualificação para o exercício do trabalho passa a ser crítico e estratégico. Dessa forma, a grande parte da mudança ocorre em novas formas de atitude, comportamento e ação das pessoas, a começar pela liderança.


Motivação e clima interno

Muito rapidamente os colaboradores em todos os níveis se dão conta de como os negócios estão sendo afetados pela crise, e preenchem o vazio de informações com atitudes que vão do descrédito, ao medo e à inação. Por isso, também, é hora de intensificar a comunicação transparente e frequente sobre as ações de mudança da empresa para assegurar a serenidade e os níveis de comprometimento e engajamento de todos na transição. Ao lidar com problemas de demissão, é preciso não se esquecer dos que ficam na organização, os sobreviventes, não os deixando inseguros e sem alento para o que precisa ser feito.


Coragem e agilidade: um desafio para a liderança

Por todas as razões acima, o esforço de realinhamento da organização num momento como o nosso se coloca para a liderança da empresa como um enorme e instigador desafio. Um fator de sucesso neste tipo de processo é a preparação efetiva da revisão dos planos de negócio e o compartilhamento com todos das estratégias de superação que a empresa quer e vai adotar.


Somente desta forma, a liderança consegue, com coragem e agilidade, gerar a participação e criatividade das pessoas-chave da organização, e com isso, criar o ambiente capaz de criar a massa crítica de informação, competência e energia de todos para o objetivo comum. Este resultado pode ser alcançado em grande medida com o apoio de um agente externo neutro e objetivo, capaz de atuar como facilitador e viabilizador de novos pactos para a organização.


Escrito por Ivênio Carvalho – Diretor da DorseyRocha Consulting. 

Formado em Filosofia e Ciências Humanas pela Universidade de São Paulo. Coach por curso credenciado no International Coach Federation (ICF). Atuação como Docente em Cursos de Pós-Graduação no Instituto Mackenzie, Fundace-USP e Unifacs.

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