Lentamente, algumas empresas – comércio, indústria e serviços – começam a retomar suas atividades presenciais, a partir da liberação dos governos estaduais e municipais.
A discussão se é o momento e se a forma adotada são as melhores tomam as mídias sociais. Como em outros temas relacionados à pandemia, algumas vezes as discussões se transformam em ataques mútuos dos que defendem a continuidade do confinamento e dos consideram que o retorno já deveria ter ocorrido.
Cada parte tem seus motivos e eles são importantes.
Uma vez que, em algum momento, as atividades serão todas retomadas, a reflexão que me parece importante é como as organizações devem se comportar, com relação ao retorno.
Enquanto não estivermos todos vacinados, o risco estará longe de ser pequeno.
Devem, as empresas, simplesmente voltar, a todo vapor, apenas por que houve uma liberação legal?
Penso que não.
Tenho ouvido, com alegria de algumas lideranças importantes de nossos clientes que a liberação legal é necessária, mas não suficiente, para o retorno.
É preciso que as organizações (na verdade, suas lideranças), então:
Decidam quem deve voltar às atividades presenciais e quem deve continuar no work from home. Isso aponta para 3 grandes blocos de pessoas: os que trabalharão presencialmente, os que continuarão trabalhando de casa e os que farão jornadas mistas.
Definam para cada bloco, os recursos e cuidados necessários, pois haverá necessidades diferentes. Trabalho presencial: os protocolos de trabalho, incluindo distanciamento, uso de álcool em gel, número máximo de pessoas em reuniões, a depender do tamanho do espaço físico, uso de máscaras etc. Trabalho de casa: disponibilização de recursos físicos e materiais (algumas empresas permitiram que os funcionários levassem seus desktops para cada, pois não tinham notebooks!), o contínuo apoio sócio emocional para lidar com o permanente distanciamento físico dos colegas; a preparação para gerir bem o tempo e o fluxo de atividades. Misto: os pontos anteriores e mais, provavelmente, lidar com o estresse adicional de vivenciar os 2 riscos: a contaminação pela proximidade física e a ansiedade do trabalho remoto.
Garantam que o moral e autoconfiança das pessoas estejam altos. É de se supor que a liberação para o retorno às atividades não vai zerar medos e temores quanto ao futuro do negócio e do emprego e deve somar o medo da contaminação. E os próprios lideres devem cuidas uns dos outros, sem o que não terão condições de apoiar suas equipes.
Mantenham as pessoas trabalhando em equipe e de forma solidária. Há o risco de dispersão, do trabalho isolado e da queda do trabalho colaborativo.
Continuem focalizando a entrega dos resultados. Mais do que nunca, a contratação de metas entre os líderes e suas equipes e com cada indivíduo se torna fator crítico de sucesso. O micro gerenciamento e o estilo comando e controle não conseguirão produzir resultados no longo prazo.
O momento vem mostrando um lado extremamente positivo do ser humano: sua capacidade de encontrar saídas para problemas complexos, com base na criatividade e inovação.
Os líderes que, de fato, acreditam que seu papel e obter o melhor de cada indivíduo e equipe, pela criação de um ambiente que favoreça colaboração, engajamento, criatividade e inovação, farão diferença de ponto em diante.
E na sua empresa, como está o planejamento para o retorno?
Escrito por Ismael Almeida Iba – Consultor da DorseyRocha Consultoria. Formado em Matemática com MBA em Gestão Empresarial pela FGV. Certificado em Coaching pelo ICI Integrated Coaching Institute. Professor na BSP Business School São Paulo.
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